AGRONOMIA

Sejam todos bem vindos!! Este é um blog de informações agronômicas destinado à agricultores, agrônomos, técnicos agrícolas, estudantes etc.

Em 2015 o foco será "Melhoramento Genético em Soja e Fertilizantes Foliares - Juntos na obtenção do máximo potencial produtivo das plantas" para o Norte e Nordeste Brasileiro.

EMBRAPA vive dilema por competitividade

 
  Principal responsável pela modernização da agricultura brasileira e pela transformação do Cerrado em uma das maiores fronteiras agrícolas do planeta, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) corre o risco de cair no ostracismo no que diz respeito à geração de tecnologias voltadas à produção das principais commodities exportadas pelo Brasil, atualmente dominada por multinacionais estrangeiras.
  A Embrapa é considerada fundamental para o país do ponto de vista estratégico e social, mas vem enfrentando dificuldades para competir no mercado de biotecnologia após o início das liberações de sementes transgênicas no país, em meados da década passada. Sem recursos suficientes para grandes projetos, dificuldades para estabelecer parcerias com outras empresas e resistências à entrada do capital privado, a estatal vê sua participação despencar em alguns dos segmentos mais dinâmicos do agronegócio.
  São os casos da soja, do milho e do algodão. Responsáveis por quase metade do Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola brasileira, essas culturas passaram a ser dominadas por empresas como Monsanto, DuPont, Syngenta, Bayer CropScience e Dow AgroSciences.
  Não há números públicos sobre a fatia de cada empresa no mercado brasileiro de sementes, mas diferentes fontes ouvidas pelo Valor estimam que a Embrapa vendeu menos de 15% das sementes de soja e 10% dos híbridos de milho comercializados no país na última safra.
  Segundo um consultor, que preferiu não se identificar, a participação das variedades "BR" no mercado caiu a um terço do que era há apenas cinco anos. "Em Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, nossa participação é praticamente zero", diz um graduado pesquisador da estatal. A predominância das multinacionais nesses segmentos é explicada pelo lançamento de sementes geneticamente modificadas para resistir ao uso de determinados herbicidas ou ao ataque de pragas, como a lagarta.
  Os transgênicos mudaram o paradigma da pesquisa biotecnológica, cada vez mais voltada para a descoberta de plantas que dispensem o uso de agrotóxicos, sejam resistentes à seca ou mais nutritivas. Mas também fizeram disparar os custos associados ao desenvolvimento de novos cultivares. Segundo a organização americana pró-biotecnologia ISAAA, a descoberta, o desenvolvimento e a autorização de um único transgênico custa, em média, US$ 135 milhões (cerca de R$ 230 milhões).

  Desde que foram regulamentados no Brasil, em 2005, a Comissão Nacional de Biotecnologia (CTNBio) liberou 32 variedades de plantas geneticamente modificadas - 31 para as culturas de soja, milho e algodão. Deste total, a Embrapa desenvolveu apenas duas: uma variedade de feijão resistente ao vírus do mosaico dourado e uma semente de soja tolerante a herbicidas, em convênio com a Basf. Nenhuma está no mercado.
  A velocidade que os produtores adotam a nova tecnologia impressiona. Na safra 2011/12, os OGMs responderam por 85% da soja, 67% do milho e 32% do algodão cultivados no Brasil, segundo a consultoria Céleres. No caso do milho, desde 2009 mais de três quartos de todos os registros de novas sementes são híbridos transgênicos.
  Entre analistas e pessoas próximas à empresa, prevalece a opinião de que faltam recursos para que a companhia enfrente de igual para igual as grandes multinacionais do setor, embora os recursos destinados à estatal tenham mais que dobrado na última década.
  Apenas a Monsanto investe mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 1,7 bilhão) anualmente em pesquisa e desenvolvimento de novas sementes, montante próximo ao que gastam suas principais concorrentes. A quantia corresponde a quase todo o orçamento da Embrapa para 2012, de R$ 2 bilhões. De acordo com a estatal, no ano passado, os recursos destinados diretamente à pesquisa ficaram próximos de R$ 170 milhões, montante aquém do necessário para fazer frente ao poder de fogo das gigantes.
  Desde 2008 tramita no Congresso um projeto de lei, de autoria do senador Delcídio Amaral (PT-MS), que propõe a capitalização da Embrapa por meio de uma abertura de capital, transformando-a em uma empresa de economia mista com ações negociadas na bolsa - modelo semelhante ao da Petrobras e do Banco do Brasil. A proposta foi rejeitada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, em 2009, e aguarda uma data para ser apreciado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. O parecer do relator, o senador Gim Argello (PTB-DF), já está pronto e é favorável à ideia.
  A abertura de capital enfrenta enormes resistências na cúpula da estatal que, segundo apurou o Valor, atua para derrubar a proposta. Para o presidente da estatal, Pedro Arraes, a Embrapa deve continuar a ser 100% pública. "Essa é uma convicção minha e dos servidores da estatal", defende. Segundo ele, a proposta do senador petista também não tem o respaldo do Planalto. Arraes afirma, ainda, que a discussão começou de maneira equivocada. "A proposta tem um problema de mérito. Qualquer mudança na questão jurídica de empresa pública tem que ser iniciativa do Executivo e não do Legislativo".
  Amaral garante que não abre mão da proposta. "Posso me sentar para debater e, quem sabe, formular um substitutivo, mas o conceito vai permanecer", garante o senador. "Existe muita falta de informação sobre o assunto e alegações de que se trata de uma privatização, algo que não é verdade. Mais da metade das ações ficará na mão do governo", explica. Para Argello, a alocação de recursos para pesquisa agropecuária "tem sido muito prejudicada e tende a continuar assim" se nada for feito.
  Para seus opositores, a proposta de abertura de capital da estatal, que poderia, em tese, culminar na entrada de empresas concorrentes no conselho da Embrapa, colocaria em risco os interesses e a soberania alimentar do país. "O modelo de economia mista tem sido bem-sucedido no Brasil, mas Banco do Brasil e Petrobras vendem produtos e serviços acabados. O negócio da Embrapa é o conhecimento agregado, o futuro e a segurança alimentar do país", afirma Vicente Almeida, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf).
  Almeida, ele próprio um pesquisador da Embrapa, observa que, sob a égide do mercado, a Embrapa estaria pressionada a investir apenas nos segmentos mais rentáveis do agronegócio, deixando a agricultura familiar, que responde pela maior parte dos alimentos consumidos no país, à margem do processo de inovação.
  Segundo ele, essa pressão já acontece, ainda que de modo indireto. "Hoje, apenas 4% do orçamento para pesquisa é destinado aos segmentos da agricultura familiar. Onde está o foco na segurança alimentar? A Embrapa não precisa de mais recursos, mas redirecionar suas ações e atender efetivamente ao interesse público. Se a empresa quer competir no segmento das commodities, pode criar uma subsidiária, com capital aberto, para isso", defende.
  Um ex-membro da cúpula da Embrapa afirma que a estatal vive um momento de redefinição de seu papel. "Restringir a Embrapa à sua agenda social é o fim da empresa, porque quem banca é o Estado, e os recursos são escassos. Em contrapartida, o perigo de ser uma S.A. é o mercado impor uma agenda estritamente comercial", afirma. "Ir aonde o mercado não vai é o papel da Embrapa, mas ela perde importância estratégica se abrir mão dos mercados economicamente mais importantes", afirma um ex-ministro da Agricultura.
  Além disso, o governo Lula intensificou o papel da Embrapa como instrumento de política diplomática, com diversos acordos de cooperação com países pobres, sobretudo no continente africano, um território de crescente interesse por parte das multinacionais. Não fica claro qual seria o espaço para a empresa cumprir essa agenda após uma abertura de capital.
  Uma alternativa para levantar recursos, prevista na Lei de Inovação, seria a constituição de Empresas de Propósito Específico (EPEs). Nas EPEs, empresas públicas e privadas se associam em projetos exclusivos, como o desenvolvimento de uma semente de soja resistente à seca ou uma variedade de milho com maior teor de proteína.
  Mas o modelo esbarra em questões burocráticas e jurídicas. De acordo com o estatuto da Embrapa, para sair do papel, cada parceria depende da autorização do presidente da República. Além disso, explica um ex-dirigente da Embrapa, há dificuldades técnicas para se avaliar os ativos da estatal disponibilizados nessas associações e dúvidas sobre qual é o limite de atuação dos órgãos públicos de fiscalização sobre essas sociedades. "Nenhuma empresa privada quer abrir suas contas, torná-las públicas para seus concorrentes. Ainda é preciso esclarecer qual é o limite do Tribunal de Contas nesses casos", diz a fonte.

Fonte: Notícias do Dia - CNA
Gerson Freitas Jr. e Tarso Veloso


E você..o que acha disso tudo??
Eu diria que o Brasil está muito atrasado..pois o dinheiro para pesquisa e inovação tecnológica não chega onde deveria.

EXPODIRETO COTRIJAL 2012

  Vamos lá pessoal..esta é a semana da Expodireto!! 
  Visitei a mesma na edição de 2009 e realmente..valeu a pena!! Este ano estarei novamente marcando presença em busca de informação e novas tecnologias, e recomendo o mesmo a todos!!
  Prestem atenção na entrevista abaixo e notem que o setor de irrigação terá uma atenção diferenciada, em virtude da forte estiagem que se fez presente em diversas regiões neste ano, com oficinas e tudo sobre o assunto.
  Acessem o site da feira e confiram a programação!!


  Entrevista:

 ‘É nas dificuldades que se buscam as soluções’. É com esta frase que o presidente da Expodireto Cotrijal 2012, Nei César Mânica, convida a todos os produtores para visitarem a 13ª edição da feira, que acontece de 5 a 9 de março em Não-Me-Toque. “É necessário que eles saiam de casa e venham buscar informações, discutir e comercializar, uma vez que depois teremos 365 dias para planejar a produtividade”, salienta Mânica. Ele destaca que esta edição será recorde no número de expositores, com 440 estandes, devido ao aumento do Parque, principalmente na área de máquinas e equipamentos. Quanto ao público, estão sendo esperados mais de 160 mil visitantes, podendo superar o recorde do ano passado que é de 163 mil pessoas, em virtude da grande mobilização feita e da dimensão na feira na área internacional.

  Mânica explica que dificilmente será possível superar o montante de negociações, que registraram R$ 1,4 bilhões. “Mas, faremos uma grande Expodireto, pois além de ser uma exposição de tecnologia, inovação e negócios, a feira já virou tradição de muitos produtores do Brasil que deixam para comprar seus equipamentos em Não-Me-Toque”, informa o presidente prevendo que vários compradores do Brasil e do exterior estarão presentes. Além disso, Mânica comenta que neste ano, devido a possível quebra de safra que já é realidade em muitos locais, as empresas virão com preços mais especiais do que nos outros anos.

 
Feira é palco de importantes debates e decisões:

  Além de um evento de negócios e exposição de novas tecnologias, a Expodireto Cotrijal também é responsável por diversas discussões importantes, como já aconteceram sobre as sementes transgênicas e o código florestal. Este ano, o Senado Federal, a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa estarão presentes em uma audiência pública para discutir sobre o seguro agrícola definitivo para o país. “Será um dia muito importante, e é fundamental sermos palco destes debates e tomadas de decisões, mas principalmente temos que acompanhar as ações que serão implementadas pelos setores, como Governo Federal, Estadual e entidades. Não podemos levantar os problemas, apontar sugestões e não ir atrás das soluções”, evidencia Mânica.

  Outro tema importante que será abordado é a irrigação. A própria Expodireto, segundo o presidente da Expodireto, é um palco vivo da importância da irrigação, pois os visitantes poderão ver lotes de soja, milho, girassol, entre outros, em um estágio magnífico, pois receberam irrigação constante. “Lutamos para que o Governo desburocratize a questão ambiental e desonere os custos de investimentos com ICMS e IPI, para que esta proposta possa ser implantada por mais produtores”, fala o presidente.

  Além disso, quem vier até a feira, também terá uma vasta programação, com Fórum Nacional da Soja, do Milho, evento de suínos, e outros enfoques importantes, assim como reuniões das entidades e federações que estarão dentro do parque. “A Expodireto é a grande vitrine do agronegócio brasileiro”, assegura ele.
 

 Fonte original: Diário da Manhã - Passo Fundo